O medo da nudez

André Sobreiro
André Sobreiro
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2 min readJan 28, 2021

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Esses dias eu ouvi de um amigo que eu era corajoso de expor a minha cara no meu Twitter +18. Fiquei uns segundos pensando nisso. O que existe de corajoso ali?

Quem entra no perfil descobre que eu posto fotos e um ou outro vídeo pelado, uns de pau duro, outros molinho. E o que me deixa pensativo é justamente esse enorme tabu que ainda existe em torno de corpo, de sexo.

E vamos começar separando as duas coisas. Um corpo nu não é um convite ao sexo. É apenas um corpo, como ele é. Existe uma cultura que associa muito fortemente o corpo pelado a sexo e precisamos mudar isso. Eu estar pelado significa apenas isso, que eu estou pelado. Quer olhar minha rola? Olhe, sem problema algum. Em questão de segundos o mistério em torno desse tabu some e ela vira apenas uma parte do corpo.

Isso tudo vem muito da filosofia naturista, um tema que tenho cada vez mais me interessado. Corpos são feitos para serem livres. Reações fisiológicas acontecem, são naturais. O que importa é: o que fazemos com elas?

E o tabu dois é o sexo. Sexo é gostoso, é divertido, faz bem pro corpo e pra mente. E ponto final. Não vou entrar aqui no mérito dos assexuais, que não é meu campo de conhecimento, mas se olhar e saber que você gosta de sexo não muda em nada. Eu gosto. Você leitor deve gostar. Sua amiga, seu amigo, seus pais, e por aí vamos. É apenas mais uma camada de informação e das bens comuns. Eu gosto de chocolate, como a maioria das pessoas. Isso muda quem eu sou em algo? Não. É a mesma coisa.

Quem entra lá no meu Twitter vê que eu estou acima do peso (e tá tudo bem, tô saudável), vê que eu não tenho pudor com meu pau e nem com o fato de gostar de sexo. Isso, que ainda é visto como coragem, precisa cada vez mais ser visto como natureza. Como traço de uma humanidade que precisamos cada dia mais.

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André Sobreiro
André Sobreiro

Vivo de internet e cultura! Edito esse blog, o Salada de Cinema e muito mais coisa por aí!