Gay, você é mais que seu pau!

Ser gay, pelo menos da minha geração, é não ter uma historinha bonita de primeiro beijo e de primeira vez. Meu primeiro beijo foi com 17 anos, com uma menina. E só aconteceu por atitude dela. Já o primeiro beijo gay foi escondido em um carro no estacionamento do shopping. Com alguém com mais que o dobro da minha idade na época.

A primeira vez foi com esse mesmo cara, no segundo encontro, em um motel de beira de estrada. Esse cara, aliás, eu conheci no Bate Papo UOL. Ser gay sempre foi não viver as experiências com plenitude no mesmo momento que os héteros.

Isso nos coloca em um papel de juventude tardia, de vivência adolescência tardia. Eu mesmo fui viver as primeiras experiências com mais de 20 e liberdade sexual com mais de 30. E, por muito tempo, conhecer outros gays significava transar. Significava pensar apenas com o pau.

E demorou para eu entender que sou mais que isso, bem mais. Sou uma pessoa de papo legal, ótima companhia para uma cervejinha, um péssimo dançarino que se diverte na boate. E também sou meu pau.

Tá tudo bem você olhar os outros gays e querer mamar. Eu mesmo quero vários. Mas não seja a gay que é única e exclusivamente isso. Ou seja, você é adulto e livre. Mas se permita mostrar mais. Vai valer a pena.